Vinícius Junior foi anunciado como vencedor do prêmio The Best da FIFA nesta terça (17), após ter ficado em segundo lugar no Ballon D’Or, vencido por Rodri. Apesar da escolha justa do brasileiro, amplamente reconhecida por torcedores e analistas, a FIFA não conseguiu transformar o momento em uma oportunidade para fortalecer sua própria premiação, que mais uma vez mostrou sinais de descaso.

Sem grande alarde, a cerimônia foi anunciada às pressas para uma terça-feira e realizada em formato virtual, com transmissão exclusiva pelo FIFA+. Talvez a presença do brasileiro que joga no Real Madrid em Doha fosse o motivo para isto, Vini está junto da equipe Merengue no Catar para disputar a final da Copa Intercontinental contra o Pachuca.

Sendo esse o motivo ou não, fato é que essa falta de planejamento e promoção deixou claro que, mais uma vez, o The Best é tratado como um evento secundário pela própria entidade que o organiza.

Sem o mesmo alcance midiático da premiação realizada pela France Football, o The Best passou despercebido para vários, com transmissão apenas na plataforma de streaming da FIFA, a falta de planejamento da entidade deixou de fora emissoras de TV de todo o mundo que provavelmente teriam interesse em transmitir a cerimônia, principalmente no Brasil.

História do prêmio da FIFA

A Bola de Ouro, concedida pela revista francesa France Football desde 1956, já consolidou sua relevância histórica entre os torcedores. Já o prêmio da FIFA, criado apenas em 1991, não teve o mesmo impacto.

A situação se agravou quando a FIFA decidiu fundir sua premiação à Bola de Ouro entre 2010 e 2015, um movimento que enfraqueceu a identidade do prêmio da entidade máxima do futebol e valorizou ainda mais a Bola de Ouro. Com fim da parceria entre a revista e a FIFA, o The Best foi introduzido em 2016 como o novo prêmio da entidade, porém ele nunca conseguiu recuperar a relevância perdida pelos anos onde só a Bola de Ouro foi entregue.

A oportunidade perdida

A edição de 2024 era uma oportunidade única para o The Best se consolidar como protagonista. Isso porque a decisão de premiar Rodri com o Ballon D’Or gerou uma enxurrada de críticas da imprensa, que considerava Vinícius Junior o verdadeiro merecedor do prêmio. O brasileiro brilhou em alto nível, com atuações decisivas pelo Real Madrid. Contudo, a FIFA desperdiçou o momento ao organizar uma cerimônia sem glamour ou repercussão.

O The Best tem lutado contra a falta de engajamento e relevância desde sua criação. Enquanto o Ballon D’Or se destaca como um evento esperado com grande ansiedade por torcedores, jogadores e a mídia (talvez até sem merecer), o prêmio da FIFA parece ser algo que a entidade realiza por obrigação. Sem grande alarde, sem transmissão em plataformas acessíveis e sem planejamento estratégico, o The Best permanece distante de ser um verdadeiro rival à Bola de Ouro.