Uma reconciliação que parecia improvável aconteceu nesta semana: Alex Escobar, apresentador do Globo Esporte, fez as pazes com Dunga, ex-técnico da Seleção Brasileira. O reencontro ocorreu após 14 anos e foi motivado pela divulgação da série “Brasil vs Dunga – Futebol em Pé de Guerra”, que será lançada no Globoplay e no SporTV nesta quinta (19).
A discórdia entre os dois começou durante uma coletiva de imprensa após a vitória do Brasil por 3 a 1 contra a Costa do Marfim na Copa do Mundo de 2010, disputada na África do Sul. Na ocasião, Dunga, então técnico da seleção, reagiu ao ver Escobar balançando a cabeça negativamente enquanto ele respondia perguntas sobre Luís Fabiano. A reação culminou em Dunga balbuciando xingamentos a Escobar, vazou no sistema de som o técnico chamando o jornalista de “cagão”.
O pedido de perdão
Durante o encontro, Dunga admitiu excessos em sua postura e culpou Ricardo Teixeira, então presidente da CBF, pela agressividade com que lidava com a imprensa. “Antes de sair do Brasil, eu tinha feito uma reunião com o presidente [da CBF]. Ele falou que tudo que aconteceu em 2006 não era para acontecer. Não iria ter exclusiva e uma série de fatores. Partiu da CBF. Ficou tudo na minha conta”, explicou o ex-técnico.
Escobar também fez um mea-culpa. Ele pediu desculpas por qualquer atitude que pudesse ter contribuído para o atrito: “Eu, de alguma medida, devo ter errado. Te peço desculpa se eu te machuquei ou deixei bolado comigo. Te peço perdão. Fico feliz que você diga da mesma. Obrigado por estar aqui, me ouvir e abrir seu coração. Estou muito feliz com o dia de hoje. Muito marcante na minha vida”, declarou o jornalista.
Histórico de Dunga como comandante da seleção
Dunga nunca foi conhecido por sua simpatia e sempre teve uma relação complicada com a imprensa, em especial, com a TV Globo. Sua passagem como técnico da seleção foi marcada por altos e baixos. Apesar do bom aproveitamento em sua primeira passagem e pelos títulos da Copa América de 2007 e Copa das Confederações de 2009, Dunga falhou em suas duas missões principais ao não vencer a Olimpíada de 2008 e a Copa do Mundo de 2010.
Em 2014, após a derrota histórica de 7 a 1 contra a Alemanha na Copa do Mundo, Dunga substituiu Felipão, mas a reedição de sua gestão foi breve, culminando em sua demissão após a eliminação precoce na Copa América de 2016, onde foi eliminado na fase de grupos que tinha Equador, Peru e Haiti. Tite o substituiu no cargo.
Espírito solidário
Dunga se destacou em 2024 por sua solidariedade durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. Ele ajudou a reconstruir casas e prestou apoio às vítimas, conquistando admiração de seus conterrâneos pela relação que tem com seu estado natal.


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