Durante o triunfo do Bahia por 2 a 1 contra o Avaí/Kindermann, pela 2ª rodada da Brasil Ladies Cup, na última terça-feira, um comentário feito pelo narrador Anderson Cheni, do Canal GOAT, gerou polêmica e revolta nas redes sociais. A situação ocorreu nos acréscimos da partida, quando o Bahia buscava segurar o resultado.
Ao descrever a postura das atletas baianas em campo, Cheni afirmou: “Dois e meio para acabar o jogo. E aí aquela preguiça baiana para valorizar a bola e deixar o tempo passar. Quem tem que correr é a bola e não o Bahia”. A fala, que associou as jogadoras do tricolor baiano à “preguiça”, reforça um preconceito histórico e estereotipado que costuma ser direcionado à população da Bahia.
Bahia repudia declaração
Em nota oficial, o Esporte Clube Bahia lamentou e repudiou o comentário, classificando-o como depreciativo. “O Esporte Clube Bahia vem a público lamentar e repudiar comentário depreciativo ao povo baiano durante a transmissão do jogo do nosso time feminino, nesta terça-feira, pela Brasil Ladies Cup, no Canal GOAT. Preguiça mesmo é ainda ter que conviver com comentários assim. #BBMP”, afirmou o clube na rede social X (ex-Twitter).
Canal GOAT pede desculpas
Diante da repercussão negativa, o canal GOAT se manifestou pedindo desculpas pelo ocorrido e condenou o teor do comentário feito durante a transmissão.
“O Canal GOAT tem como premissa o respeito, a diversidade e não compactua com nenhum tipo de preconceito. O que aconteceu em nossa transmissão da partida entre Bahia x Avaí Kindermann é lamentável, repudiante, e pedir desculpas é apenas o mínimo, mas está longe do suficiente. Assim como se pronunciou o @ecbahia, preguiça mesmo é de ainda termos que lidar com esse tipo de situação. Nos sentimos envergonhados e enviamos nosso mais profundo perdão a todos e todas, especialmente ao público baiano”, disse o perfil da emissora no X.
Até o momento, o canal não informou se haverá algum tipo de punição ou medida disciplinar contra o narrador Anderson Cheni.
Repercussão
O caso rapidamente ganhou destaque nas redes sociais, com torcedores criticando a postura do narrador e exigindo um posicionamento mais contundente do canal GOAT. Comentários que associam a cultura baiana à “preguiça” são amplamente reconhecidos como ofensivos e reforçam estereótipos prejudiciais a população nascida no estado.
O episódio reacende o debate sobre xenofobia no futebol brasileiro, especialmente no que diz respeito à forma como o Nordeste é retratado na mídia esportiva.


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