O Botafogo chegou no Catar para enfrentar o Pachuca, o time mexicano teve um mês para treinar e se preparar para o confronto. Em contrapartida, o time brasileiro teve de jogar 3 dias após o fim do Brasileirão e após encarar uma viagem de 22 horas (com escala) até Doha, com direito a apenas um treino.

Já considerando o desgaste da equipe, Artur Jorge escalou uma equipe mista para enfrentar o vice-lanterna do campeonato do México. Jogadores como Almada, Savarino, Bastos e Alex Telles, essenciais na conquista da Libertadores e do Brasileirão, começaram a partida no banco. Como resultado, uma óbvia queda de rendimento e um resultado acachapante: um 3 a 0 para a equipe mexicana.

Não é exagero dizer que o Botafogo acabou sendo a vítima de seu próprio sucesso, ao chegar à final da Libertadores e ter disputado o título do Brasileirão até o fim, levando o título das duas competições, o time foi penalizado por um calendário bisonho da CBF.

Não há como cobrar técnica e efetividade de um time que precisou jogar apenas três dias depois do encerramento do Brasileirão, no qual já havia sido obrigado a atuar em alto nível com o time titular até a 38ª rodada para conquistar o título, que não vinha para a equipe há 29 anos.

Isso reflete um problema estrutural e óbvio no futebol brasileiro: a sobrecarga de partidas e a falta de planejamento adequado do calendário.

Não há como falar do problema do calendário do futebol brasileiro sem discutir o elefante na sala: os estaduais. Ocupando 16 datas para serem realizados (quase 1/3 da temporada), os estaduais não possuem mais a relevância de outrora, mas continuam consumindo boa parte do calendário do futebol nacional, e isto parece que não mudará tão cedo, visto que são os presidentes das federações estaduais que elegem o presidente da CBF, que continua privilegiando as competições mesmo com elas perdendo importância a cada dia.

O que já foi ruim em 2024, será pior em 2025

Jogar três dias após o fim do Brasileirão foi ruim? Claro, mas ano que vem promete ser pior: a CBF divulgou em seu calendário que o término do Brasileirão 2025 se dará no dia 21 de dezembro, com isso ocorrerá um conflito de datas com o Intercontinental. Caso algum time brasileiro ganhe a Libertadores, terá de abrir mão das últimas rodadas do campeonato nacional ou mandar um time alternativo para o Intercontinental.

Enquanto o calendário for essa bagunça, será impossível cobrar competitividade dos nossos representantes no torneio, e confrontos contra os europeus em finais se tornarão cada vez mais raros.

Novas regras privilegia representante europeu, enquanto prejudica a América do Sul

Não bastasse o calendário maluco da CBF, os vencedores da Libertadores também perderam privilégio no novo torneio.

Até 2023, o campeão da América do Sul e da Europa entravam em pé de igualdade no Mundial de Clubes: ambos estreavam nas semifinais. A partir de 2024, no novo Intercontinental, acabou a “mamata” para os Sul-Americanos, agora é necessário vencer dois jogos para ter a chance de enfrentar o Europeu, enquanto o campeão da Champions só entra na grande final.

Isso se deu pela expansão da Champions League e seu novo formato, antes definida em 6 jogos na fase de grupos, agora é jogada em 8 rodadas na fase de liga única, o que estreitou ainda mais a disponibilidade de datas.


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Uma resposta para “Em calendário desordenado da CBF, Botafogo foi vítima do próprio sucesso”.

  1. Avatar de
    Anônimo

    as federações elegerem o presidente da CBF é ridículo.

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